Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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IDADE DA MULHER



À força do tédio, ela indignou-se,
Sentiu-se deprimida e acabada.
Estupefata, descobriu-se só.
Há muito não era solicitada.
Concluiu que perdera suas armas:
A beleza e o poder de sedução.
No espelho do tempo que corria,
Sua imagem era repugnante.
Estava velha, as marcas aparentes.
No coração uma paixão ainda ardia.
Toda sua existência alienada,
Dedicada a um único amor.
Todos seus desejos foram negados.
A rejeição presente em todos os momentos.
As lágrimas rolavam pela face.
Olhou à sua volta de soslaio,
Estava completamente só, abandonada.
Apenas o silêncio da noite espreitava.
Lá fora o mundo acontecia falante.
Ela chorou por ter deixado o marido.
Lamentou ter sido traída pelo amante.
Abriu a garrafa e ingeriu que ingeriu,
Muito mais álcool do que podia digerir.
Levada por uma terrível dependência;
Acendeu a desgraça enfumaçada;
A nicotina invadiu o fétido muquifo.
Toda a face estava banhada por lágrimas.
Chorava desesperadamente e bebia.
Apontou o mal e apertou o gatilho...
Eram balas de festim, era um sonho.
Caiu inerte num sono profundo.
Quando acordou estava morta:
Faleceu (ainda em vida) por amor...!!!
Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 01/07/2005
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