Paulo Izael
Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo.
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ESPÍRITOS



Um calafrio!
Entrincheiro-me,
Para mais uma noite aterrorizante.
Os espíritos tomam chegada.
Sempre preferem a noite como palco.
Luto para não adormecer e cair nas trevas,
Acometido por terríveis pesadelos.
Ouço vozes quase que inaudíveis.
Vultos irreconhecíveis espreitam.
Cutucam-me, para assegurar tratar-se de mim
Não consigo movimentar-me, a respiração é ofegante,
Meus batimentos aceleram, o coração ameaça implodir,
Estarrecido, frente à tantos desabonos da alma.
Sinto a cama levitar, minha pulsação descontrola-se.
O suor frio é inevitável, assisto à tudo, imóvel;
Lúcido, mas totalmente impotente frente ao ataque.
Um pernilongo desavisado,
Sobrevoa em pânico e culmina inerte.
Levanto dúvida quanto ao poder das entidades.
Em fúria, arremetem-me de encontro ao teto.
Sinto minha fronte implodir calorificada.
Reconheço todos seus poderes e os venero!
Imploro para que me devolvam à cama.
Soltam-me e desabo numa queda dolorida.
Totalmente amedrontado e incrédulo, desmaio.
Estaria eu debilitado ou teria surtado?
Na manhã seguinte os hematomas são aparentes,
Evidenciando alguma atividade bélica infrutífera.
Um temporal cobre toda a cidade com seu lamaçal.
Que mundo mais tétrico e solitário fui eu visitar!
Devo ter deixado alguma pendência em outras vidas.
Fora apenas uma noite, em milhares que ainda virão.
Sinto-me apenado por algumas atrocidades.
Talvez eu seja merecedor de muitas noites sofridas!
Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 27/06/2005
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